Como arte que é, a literatura tem
entre suas funções entreter o leitor, fazê-lo viajar durante a
leitura, dar-lhe prazer e até fazê-lo vivenciar, através das
letras, situações que ele não viveria em sua realidade cotidiana.
Esta é uma característica muito importante, pois a literatura deve
ser também uma forma de espairecer, descansar. Eu mesma costumo
utilizar a leitura como fonte de descanso e para tentar me
desconectar, momentaneamente, dos meus problemas. Percebo que, na
atualidade, muitos escritores e leitores focam nisso: literatura como
entretenimento. Durante muitos anos, eu também me foquei nisso,
principalmente como leitora. Mas a literatura não é só isso.
Por ser arte, literatura também tem
que ser crítica e contestatória, tem que mostrar a realidade dentro
da ficção, discuti-la, debatê-la, fazer com que o leitor reflita
sobre ela; pois a literatura também é formativa, tem um apelo e uma
importância social muito grande. A literatura também é o retrato
de um povo, um instrumento de luta, de protesto, de conscientização
social. Muitas vezes, ela contém em si um grito que precisa ser
ouvido. Um grito que não é apenas do escritor, mas da realidade em
que ele vive ou que ele observa e que se utiliza da voz dele para
tornar-se ouvido, notado; pois, a partir daí, ele chama outras
pessoas à reflexão, à luta, constrói subsídios para que a
realidade mude.
Desejo que nós, escritores, nunca nos
esqueçamos dessa função social tão importante da literatura, que
sempre nos façamos instrumento para que o grito de luta e protesto
chegue a mais ouvidos e fortaleça-se para promover a mudança! <3
Diana Scarpine
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