Sobre a Autora

Diana Scarpine é o pseudônimo de Adriana Silva Barbosa, uma romancista e poetiza  baiana, nascida na cidade de Jequié. A deficiência sempre fez parte de seu mundo. Ao nascer, foi vítima de negligência médica, o que resultou em paralisia cerebral e em uma deficiência física, a hemiparesia direita, que é uma limitação sensitiva e motora nos membros superior e inferior direitos.

Apaixonada por livros, começou a escrever aos treze anos de idade, porque não se sentia representada nos livros que lia (não encontrava personagens com deficiência e, quando eles estavam presentes nos livros, a deficiência era sempre abordada como um fardo pesado demais do qual a pessoa precisava se livrar para ser feliz). Começou a escrever para si mesma livros que continham personagens principais com deficiência no intuito de se sentir menos invisível (a autora não via outras pessoas com deficiência nas ruas e todos os ambientes que frequentava não eram acessíveis a este público). À medida que escrevia seus livros, pensava mais e mais sobre o assunto e resolveu estudá-lo na sua graduação em Ciências Biológicas e na especialização em metodologia do ensino superior.

No mestrado em Enfermagem e Saúde na UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), dedicou-se ao estudo da Ética em Pesquisa e da Bioética e, paralelamente, começou a pensar a questão da deficiência de uma forma mais crítica e engajada. Para ela, já não bastava representar a deficiência nas páginas dos livros através de seus personagens com deficiência, pois vários fatores que permeiam a realidade destas pessoas precisavam ser discutidos na literatura, não apenas em artigos científicos.

Nasceu aí o romance “Entrelace: Caminhos que se Cruzam ao Acaso” (publicado pela primeira vez em 2012), que aborda o preconceito social contra as pessoas com deficiência, marca uma nova fase na escrita da autora e o início da publicação de seus livros. Em 2016, já no doutorado em Política Científica e Tecnológica da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), publicou o romance “Uma Chance para Recomeçar”, que trata do autopreconceito e da autoaceitação de quem possui uma deficiência. Em 2018, defendeu a  tese de doutorado “Tecnologia Assistiva e seus Usuários: Automóveis Adaptados no Brasil” e publicou o conto “Como Você” na antologia de contos Fantásticos. Em “Como Você”, retoma a questão do preconceito social contra as pessoas com deficiência e aborda brevemente aspectos relacionados à teoria da reconfiguração usuário - tecnologia utilizada em sua tese.

Em seus livros, não busca apenas entreter os leitores através dos dramas e das lindas histórias de amor que escreve, mas também fazê-los refletir sobre a realidade das pessoas com deficiência no Brasil. É uma ativista literária que encontrou nos livros que escreve a sua forma de militância. Atualmente, reside no estado de São Paulo com o marido e o filho.