Prólogo

Não me pergunte como, mas eu sempre soube. Sempre soube que o encontraria quando ele estivesse longe de mim. Sabia que o reconheceria pelo brilho intenso do azul de seus olhos, mas eu não sabia onde ele estava e como encontrá-lo.
Em vão, procurei-o em muitos olhares e não o encontrei. Eu começava a questionar minhas certezas até que, num momento mágico de uma calma noite de domingo, os fios que compõem as redes virtuais estremeceram num giro rápido do destino e nossos caminhos se cruzaram. Eu só não sabia que nossas vidas já estavam entrelaçadas e que eu, apenas eu, poderia vir a ser a pessoa capaz de romper os fios que ligavam a minha vida a dele. Mas será que era certo acabar com um amor tão grande por um motivo tão fútil?
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Durante quase vinte anos, a solidão fora a minha única companhia. Para quem não queria se machucar novamente, não havia companheira melhor; pelo menos não até o dia em que ela começou a sufocar o meu coração como a mais inofensiva rosa esconde o mais agudo dos espinhos.
Numa atitude incerta de libertação, lancei uma única e derradeira mensagem num site de relacionamentos e ela surgiu em minha vida. Eu só não sabia que, de algum modo, já estávamos ligados. Nossos destinos já estavam entrelaçados nas alegrias e nas dores da vida. Por que então ela insistia em rechaçar um amor tão grande movida unicamente pelo preconceito?

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