Na atualidade, tudo acontece de forma
muito rápida e intensa, sejam as comunicações, as relações de
trabalho ou até os eventos de nosso cotidiano. Tudo parece não
querer ou tolerar a espera. Se antigamente as pessoas se debruçavam
às janelas de suas casas esperando que algo acontecesse; hoje,
postamo-nos à frente do computador devorando mais e mais notícias
(úteis ou fúteis) que, muitas vezes, nos proporcionam uma
sobrecarga de informações e sua consequente dificuldade de
assimilação.
Mesmo que a nossa rotina acelerada nos
diga o contrário, esperar é uma realidade constante para todo ser
humano. É algo inevitável. Assim é importante assinalar que,
muitas vezes, a espera proporciona-nos algo muito melhor do que o
imediatismo nos proporcionaria. Às vezes, as consequências do
imediatismo são piores do que a espera e fazem com que nos
arrependamos de não ter esperado.
Lembro-me que, há alguns anos atrás,
eu estava vivendo umas das minhas muitas fases de espera. Nesta
época, para mim, viver um dia era como viver um ano: era algo longo
e difícil. Cada minuto era como se eu me sufocasse na espera. Cada
dia a menos era um suspiro de alívio. Aquela espera tão difícil e
sufocante findou-se e trouxe-me algo muito melhor.
Com o passar dos anos vieram tantas
outras esperas! Algumas com desfechos maravilhosos e outras nem
tanto; mas, com tantas esperas, aprendi que elas são momentos de
aprendizagem e reflexão que nos conduzem ao crescimento, que nos
tornam mais serenos e preparados para as alegrias da vida e também
para os obstáculos que temos que superar em função dela.
Este ano tem sido um ano de muitas
esperas para mim, tanto na vida pessoal como na vida profissional.
Reconheço que, apesar de todo o aprendizado que já colhi nas minhas
outras esperas, às vezes, sinto uma ansiedade quase desesperante,
uma vontade de que as coisas aconteçam à velocidade da luz...Mas
depois paro, respiro fundo e recordo-me que a vida é essencialmente
feita de esperas e que ela é muito curta para que queiramos torná-la
ainda mais curta. Então, mergulho na reflexão de todas as facetas
da realidade que compõem a minha espera, penso em tudo que posso
aprender e crescer com isso e procuro relaxar. Resigno-me a esperar,
lutando de forma proativa, para que a espera se converta na realidade
que eu desejo ou em algo ainda melhor. Neste contexto, é sempre bom
lembrar que esperar não significa ficar “de braços cruzados”, e
sim, lutar, mesmo sabendo que a solução e/ou o resultado almejado
nem sempre será imediato.
E o que fazer para relaxar se a
ansiedade for tão grande que ameace corroer a mente e o coração
com os seus fantasmas e os seus medos? Como se desvincular disso? A
melhor forma de lidar com isso é ter confiança em si mesmo e
procurar relaxar. Uma das formas de relaxar é ler um livro. Ler
sempre faz bem e um livro é sempre um bom amigo, inclusive nos
momentos em que esperar é preciso e inevitável. <3
Diana Scarpine
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